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Viajando pela Índia - 2018


Todos os textos abaixo são de autoria de Mestre Arnaldo.

Viaje para a Índia e viaje na Índia ... não se deixe tomar pelo receio... receio de quê? De se ver? De se sentir estranho? Do desconhecido? De se sentir perturbado?

Não crie expectativas racionais. O país é incomum? É estranho para nós, ocidentais? É pobre? É confuso? É exótico?

Isto não importa; o estar na Índia, conviver com os hindus, de qualquer classe, é – de alguma forma - enriquecedor. Sentir a força espiritual que emana dos templos, da terra, do Ganges... e de todos os hindus... ah! Intensidades...

Na Índia, se compararmos com o tempo de sua existência, a institucionalização dos ensinamentos é algo recente… aprenda andando pelas ruas, meditando nos templos, à beira dos lagos e rios, expanda sua aura e sua consciência… seja feliz…

Não racionalize quaisquer processos, apenas os viva! (Foto: Mestre Arnaldo por

Tameny Romão).

Índia – A Senda

A cultura milenar indiana é ímpar no mundo, pois, mesmo nos tempos atuais, ainda pulsa em força espiritual. Alguns princípios básicos morais e espirituais norteiam essa civilização. Assim, Ahimsa – o princípio da não-violência -, que foi redescoberto por Mahatma Gandhi, apesar de o país ter inúmeras carências, ainda tem ecos por toda a Índia, levando a um processo – mesmo que se enfraquecendo no tempos modernos - de respeito e admiração pela Natureza, por muitos animais e, de alguma forma, pelos seres humanos.

O Ganga, como rio sagrado, os Himalyas, como o centro espiritual do Universo, as cidades sagradas, como Varanasi, Rishikeshi, Khajuraho, o ainda forte vegetarianismo, como respeito aos animais, representam formas amorosas de se vivenciar a existência. Em todo o território indiano, durante séculos e séculos, milhares de peregrinos, Sadhus (sábios) e Mestres sentaram em meditação para os seus Pujas (rituais) espirituais, produzindo vibrações, as quais estão impregnadas em muitas regiões da Índia. Talvez, por isso, a vida dos hindus está eivada da energia do amor, da harmonia e da felicidade.

Conhecer os indianos e seus costumes é mergulhar no mais rico manancial de cultura, arte e espiritualidade que a humanidade já produziu. À Índia antiga e atual, a todos os seus Sadhus e Mestres espirituais, a todos os seus peregrinos, ao povo hindu, vimos reverenciar em Pujas de agradecimento por todos os conhecimentos a nós revelados. Om Shiva!

Imergindo no Hinduísmo

Dharma

Dharma: força que atua no Universo, integrando e harmonizando todas as coisas e abrindo os portais de todos os seres para que adquiram o despertar da consciência. Tudo e todos estão, de alguma forma, “regidos” por essa força e, por meio dela, fazem sua caminhada em direção a um processo de sintonia, leveza, alegria e felicidade. “Tudo faz parte de um processo”, ensinamento por mim recebido em meditação. E... Acrescentando a ele ou o complementando: “Tudo se constitui em Karmas e Dharmas”.

Assim, cada ser tem seu livre arbítrio, mas essa liberdade existe em conexão com as forças presentes no Universo, havendo, na verdade, algo que se denomina “conspiração cósmica”. Certamente esse encontro nosso, nessa jornada, tem essa sintonia de cada um com seu Dharma pessoal e, ainda, ha uma imersão, propiciada pelo movimento de cada um, nessa conspiração “arquitetada” pelas forças presentes no Universo.

Que nessa viagem, em nossas “andanças”, consigamos imergir em nosso Dharma e compreender nossos Karmas. O conto a seguir, nos instrui um pouco sobre essa jornada kármica e dhármica de cada forma, de cada ser. Foi com esse objetivo que o escrevi e, aqui, busco, com ele, ilustrar essa cultura tão rica, vasta e complexa: o Hinduísmo.

Foto: Tamey Romão

Hinduísmo

O Hinduísmo se originou e se estruturou nesse país de contrastes paradoxalmente imbricados: tradição e modernidade, moral e amoral, sagrado e profano, masculino e feminino, carências e opulências, multidões, solidões... Os séculos também se imbricam: eras antigas, medievais, modernas, em coexistência intemporal e espacial. Cabe-nos deixar fluir em nós um processo de entrega e contentamento: “As coisas são!” “No problem!”.

(Foto: Taj Mahal por Tameny Romão - Túmulo Indiano de marcante arquitetura Islâmica).

Hindus

O sorriso, a serenidade: tranquilidade. A crença no Karma impulsionando o olhar no infinito em harmonia... com a vida ... com o espírito .... com a existência... com o Dharma...

Simplicidade, o gesto em equilíbrio e o equilíbrio nas ações e nos movimentos.

O desprendimento reafirma a alegria pelas missões a serem cumpridas. Não importa o árduo caminho. O caminho se faz e se concretiza em luz e sabedoria, pois o Universo conspira.

As coisas são! Interrogações? Sim! No entanto, tudo caminha para o melhor, tudo tem um sentido e nada acontece ao acaso e é preciso não ter pressa para que a felicidade floresça no coração e no espírito...

As cores reafirmam o êxtase pelo cumprimento do Dharma, cotidianamente, e uma música perene se espraia pelo rosto, frutificando a paz que vivifica o profundo e intenso mundo hindu.

Sadhus

No tempo, eles se perdem e, no espaço, eles se preenchem. Na vida, eles se imergem. Na busca, eles se realizam.

Irreverentes, extrovertidos, impactantes, exuberantes, desafiantes.

Sem vestes ou com elas em laranja-terra, ou coberto das cinzas daqueles que já se transmutaram, absortos no tempo, desafiam o Universo em Dhyana (meditação).

Ilustres iletrados, vigorosos ascetas, descortinam o conhecimento intuitiva e esplendorosamente.

Arquitetos do saber, plenos de energia e espiritualidade: Sadhus, o Hinduísmo em sua expressão mais nobre, mais pura, mais ardente.

Os heróis da vida e da existência. Louvemos sua audácia, sua inquietude, sua fantástica dimensão transcendente/imanente. Om Shri Sadhus! Om Tat Sat! (Foto: Mukesh Kumar)

Pujas

Rituais... rituais ... rituais... a vida hindu flui continuamente em Poojas ritualísticos. ​​

A arte! Aart (rituais)! A vida então se enriquece de força e poder com a energia emanada e captada nas celebrações em Bhakti (emoções).

Flui de Anahata (centro de energia do coração) vibrações em Ishwarapranidhana (desprendimento e doação) e o Dharma se cumpre, pacientemente, continuamente, harmonizando formas e seres.

Cânticos, incensos, fogo, oferendas... muitas... e a intensa vontade de admirar, agradecer, doar, respeitar e reverenciar e... maravilhar-se ...

A vida se faz presente em júbilo ... dia a dia a felicidade brota em cada espírito, em cada rosto, em cada movimento devocional em direção a uma vida mais plena, mais alegre e mais feliz. Assim e sempre: Pujas! (Foto: Tameny Romão)

Varanasi

Cidade mais antiga do planeta. Sempre foi habitada e nunca deixou de existir, sobrevivendo às variadas invasões e de mudanças de maharajas hindus e de imperadores dos inúmeros reinos mughals. Sempre esteve lá e, ainda, lá resplandece a cada nascer e pôr do sol no sagrado Ganga, testemunhando o movimento humano no tempo e no espaço. Iluminando a vida e eternizando o espírito, Varanasi exulta em energia espiritual, acolhendo todos, especialmente os anciões, que para lá se dirigem na certeza de que, com leveza, transmutarão para outro plano de existência. Vida e morte, libertação e iluminação, matéria e espírito, tudo isso compõe o cenário daquela que é a maior representante de uma sociedade movida pela espiritualidade. O hinduísmo se aconchega em cada rua dessa grande e velha cidade e, principalmente, nos estreitos becos que levam aos Ghats (portões) do Ganga e no olhar doce e calmo daqueles que se dirigem ao misterioso e místico rio. O cheiro dos incensos, o aroma da madeira do sândalo, transmutando aqueles humanos que cumpriram sua missão, Sadhus meditando, pessoas comuns em seus banhos matutinos e vespertinos, Pujas, Mantras, rituais, cordões de flores que se espraiam pelas sagradas águas, pequenas chamas nos barquinhos de folhas de tulsi fluindo sobre a corrente, ora lentamente, ora em vórtices em variados espirais... e o Dharma se cumpre em alegria e harmonia, diariamente, eternamente...

A Senda, o Caminho, os Portais... em Samadhi, Varanassi os peregrinos ilumina.

Om Shiva!

Por Mestre Arnaldo de Almeida.


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